Quem fala quando
no poema eu escrevo
e quando escrevo “eu”?
Que eu é esse que se diz
alguém
que desconheço?
Que se faz de mim
mesmo não sendo
eu que não sou
mas que é mais
do que posso.
Ele é eu
e não sou eu
que o sou.
Lúcido,
Rimbaud falou
sem estar louco:
este eu aqui não é ele
nem eu, porque
eu é um outro.