BREVIDADE

O eu infalível
fora do limite,
o eu que não existe,
eu impossível.

Não vou dar valor à falta.
Tenho um corpo, veja.
Toque-me: é disso que sou feito.
Este volume, este peso, esta pele.
Eis-me.
Nem mais, nem menos, o mesmo.
O que sou agora.

É sempre no agora meu tempo
– até deixar de ser.
Então no quando eu não houver,
leia esta página e lembre-se.
E rasgue o corpo dessas ideias.
Será o confete para celebrar
que agora você vive,
ainda que ainda.

Lance no ar e celebre
a vida breve.

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